sexta-feira, 15 de abril de 2016

Revolução Francesa: Robespierre, o tirano incorruptível!

Revolução Francesa registrada pelo pintor Eugene Delacroix.

O medo saudável das revoluções e dos revolucionários.

Um dos assuntos que comove, instiga e leva os professores de história em suas aulas e estudos á loucura é a revolução francesa.

A revolução francesa foi um movimento, revolta, rebelião que tentou mudar o caráter e a aparência da sociedade francesa, porém tal
movimento tinha índole universalista. Desejava expandir-se para outras nações e sociedades.

Entretanto, qual foi o maior erro da revolução francesa? o que fez com que a mesma se tornasse um fracasso?

Inúmeras ideias que serviram de base para esse acontecimento foram e são legitimas na sociedade. O Estado separado da religião, o direito á propriedade privada, direito á liberdade religiosa, tolerância e liberdade de imprensa. 

Porém as tentativas para aplicar essas ideias sempre recorreram ao uso da força, não apenas pelo povo mas também pelos revolucionários. Qual o maior desafio da mudança? é basicamente ter de escolher o que deve ser preservado. 

A cultura humana segundo o pensador Aristóteles é muito importante no sentido de transmitir valores, ideias, comportamentos e hábitos para a geração do futuro. A tradição é uma grande guia da vida humana, pois, constantemente orienta os homens por qual caminho é mais justo seguir e qual os levará para a destruição.

A revolução francesa queria construir uma nova sociedade, uma sociedade que passasse por cima de toda e qualquer memória, identidade, valor que a sociedade de antigo regime conservava. 

Infelizmente, diferente de trabalhos escolares e universitários onde temos uma segunda chance, sempre uma nova tentativa. As experiências sociais não seguem esse regra. O que temos em nossa sociedade é o resultado de tentativas de séculos de experiência.

Tentar reescrever uma sociedade como uma folha em branco( Empirismo) é algo muito perigoso e sem garantia alguma de sucesso. Os revolucionários franceses tentaram retirar inúmeros segmentos de sua cultura e implantar outros totalmente novos, dos quais nem sabiam que eram aplicáveis a natureza humana.

Igrejas foram saqueadas, padres assassinados, nobres abruptamente mortos. E o que foi colocado no lugar desse vazio? entra nesse momento o personagem talvez mais importante desse acontecimento, Maximilien Robespierre.

Robespierre.
Robespierre era um jovem estudante de direito que era muito simpatizante com ideias revolucionárias e extremamente influenciado por suas leituras do pensador Rousseau, que defendia a democracia absoluta e direta em que o Estado fosse um mero corpo representante da vontade do povo, ou como ele mesmo definiu "Vontade geral".

Algo simples era ler os livros de autores como Rousseau e debater suas ideias em clubes, grupos e bares. Outra bem mais complicada é saber como aplicá-las. 

Robespierre antes de se tornar o líder da revolução era um defensor ardente da liberdade de imprensa, defensor da vida e contra a pena de morte porém no desenrolar da revolução apareceu uma outra personalidade nesse revolucionário, algo que costuma desbrochar nas pessoas quando elas recebem poder.

Robespierre, com o tempo não conseguia enxergar que as pessoas tinham pensamentos diversos e diferentes do dele, ele as via como traidores em potencial. E o medo que sentia delas o obrigou a tentar silencia-las através da guilhotina. Inúmeros foram os inocentes que morreram, o Estado revolucionário mandava espiões disfarçados ouvirem o que o povo comentava, se o preço do pão estava caro, se elas não estavam tão entusiasmadas com a revolução. Tristemente, o fim dessas pessoas era a morte.

As mulheres sempre lutaram para ter voz e participação na sociedade, era comum vê-las usar o Barrete frígio, uma espécie de touca, carapuça que os revolucionários usavam.

Barrete Frígio.
A medida que a revolução ia avançando elas perdiam o direito de não somente opinar como também de exercer cargos. Durante o antigo regime era comum ver mulheres na guarda militar francesa. Porém, Robespierre limitou sua ação e elas perderam o direito de servirem o exército caso quisessem. 

Era uma perseguição tão grande e tão feroz com os opositores, que essa época ficou conhecida como "Terror".

Todo dia era comum ouvir e ver as carroças levando pessoas para o cadafalso, onde ali seriam executadas. Na maior parte dos casos as pessoas que eram incriminadas não tinham sequer o direito de serem ouvidas. 

Inúmeros jornais, livros e escritores foram mortos precocemente por ter cometido o crime de descordar de Robespierre e seu grupo. Se uma vírgula estivesse fora do lugar, era razão suficiente para ser morto. 

Robespierre, tenta mudar a cultura de seu povo. Retira o calendário gregoriano e cria um calendário republicano. Onde não se contaria os séculos a partir do nascimento de Cristo mas do dia 22 de setembro; data da proclamação da republica francesa. Os meses foram batizados por nomes de plantas, estações do ano, frutas...

As ruas com nomes de santos católicos foram substituídos pelo nome de revolucionários. Era proibido conversar com as mulheres e usar termos como "Femme Pardon"( Desculpe esposa). Era obrigatório que ao se dirigir com alguém do sexo feminino usasse termos como "Citoyen"(cidadã, cidadão).

Robespierre autoritariamente tentava forçar a cultura, linguagem e o pensamento da sociedade. Mas, ele deve ter se esquecido que essas coisas não são criadas ou decididas de cima para baixo, mas justamente o inverso. É das camadas mais baixas para as mais altas que a sociedade se constrói social e culturalmente. 

Inúmeros colegas e amigos de Robespierre foram mortos nesse processo de mudança. O ditador parecia não se importar com isso, ele via as pessoas como peças em um tabuleiro de xadrez que podem ser movidas para o bem ou para o mal em nome de um bem maior, uma abstração. 

Com uma população descontente e ele totalmente impopular, recorre á mais absurda de suas ideias a criação de um feriado, o festival do culto ao ser supremo. Uma tentativa de banir de uma vez por todas o cristianismo.
Culto ao ser supremo.
Era basicamente  um novo feriado, onde as pessoas teriam de admirar, louvar e respeitar a deusa da razão. Onde na pintura pode ser vista como uma estátua branca e descendo da montanha um ser que dissipa as nuvens negras acima.

Esse ser era ninguém mais que o Robespierre, as pessoas viram isso como o distanciamento dele e da realidade, ele não estava mais consciente das coisas. 

Robespierre termina por matar duas pessoas que jamais deveria ter matado. O primeiro era Danton, um ativista que caiu no gosto do povo e possuía grande ajuda e assistência dos burgueses. E o outro era Jacques Hébert uma pessoa extremamente radical que tinha o forte apoio dos Sans Culottes( Que era um setor estratégico e fundamental da sociedade francesa.),sendo dessa forma a última gota para o povo.

Robespierre foi impedido de discursar na tribuna e rapidamente foi levado ao cadafalso junto com seus seguidores conhecidos como jacobinos. Executados sem chance de defesa, uma singular semelhança já que as vitimas do revolucionário tinham o mesmo triste fim.

A revolução devorava seus filhos, e descambou em algo trágico. Trocou seis por meia dúzia, entregou algo pior que do que retirou. Os sonhadores sempre terão inúmeros argumentos para se defenderem porém a realidade que os cerca mostra sempre o contrário.

A barbaridade vai tomar o lugar da civilidade, os degraus da civilização descem para que subam os da selvageria. Onde a violência é a regra. 

Esses utopistas são pessoas que amam a humanidade mas desprezam o seu próximo. Amam de paixão essa abstração que é a sociedade, porém o amor ao próximo é a real tarefa da vida. 

Até hoje a revolução francesa e as ações de Robespierre seduzem jovens, professores e historiadores algo que é extremamente perigoso. Já que as boas ideias não necessitam da força para funcionarem, enquanto as ruins sempre usarão o caminho da coerção, força, violência e nunca terão bons resultados. Apenas, tristes histórias para contar. 

-Elizeu Eufrasio. 

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O pessimismo é o melhor dos conselheiros.

Schopenhauer.

O pessimismo é uma libertação da ilusão.


Não conheço a visão dos leitores, mas particularmente sou um grande admirador de Schopenhauer. Tenho esse pensador e escritor prussiano como uma referência em minha vida no campo artístico, sentimental, amoroso e na minha vida intelectual.

Schopenhauer, é considerado um dos maiores pensadores pessimistas da história da filosofia. Para ele o ser humano só tem uma única chance de ser feliz, é quando ele não nasce. 
Mas, como infelizmente nascemos. Cabe a nós, reduzir todo o sofrimento possível. Esforçamo-nos para conquistar algo que Schopenhauer admirava muito, a ausência da dor.
Para Schopenhauer, existir é essencialmente sofrer. A maior parte da vida é lutando, buscando, correndo e perseguindo a sombra de uma felicidade que jamais teremos. Diferentemente do que pensava o filosofo Kant, para Schopenhauer esse mundo não possui beleza, forma, arquitetura e planejamento próprio. Para ele esse mundo dança nos pés do acaso.

Esse mundo é o palco da tragédia, desordem, baixaria, sofrimento que assola, humilha, machuca os seres humanos. A história é apenas um relato da confusão, desentendimento que é a existência humana, que carrega a guerra e a discórdia por onde passa.

Schopenhauer em seu ateísmo chegou a dizer que se houvesse um Deus, ele não gostaria de ser tal Deus, pois as tristezas desse mundo e o sofrimento que aqui reina partiriam o seu coração.

As coisas na vida tem uma leve força natural para dar errado, é necessário muito esforço para que uma ideia nobre, sensata, verdadeira se fixe na sociedade, enquanto isso; baixaria, loucura, matança, vulgaridade é a marca registrada que as sociedades humanas possuem.

Muitos depositam sua fé, vida, felicidade no amor. Mas, para Schopenhauer o amor não tem ligação alguma com a felicidade. Para ele, o amor é uma necessidade biológica reprodutiva. Existe uma vontade inconsciente dentro de cada individuo. Que o obriga de momentos em momentos a ter de se apaixonar por outra pessoa.

Essa vontade não fala em nome do individuo, mas da espécie. É uma vontade de se perpetuar, continuar, prosseguir para além da vida. E essa vontade não se interessa pelos sentimentos, razões, motivos do individuo. Por isso, muitos dos amores, paixões e atrações resultam no sucesso da espécie( Filhos) porém na destruição da vida dos indivíduos( Pai e mãe).

Para Schopenhauer a natureza tem um gosto por eugenia. De forma simples, ela adora o que é perfeito. E no amor ela tende a fazer isso, como a preocupação da natureza com o amor humano não está ligado a felicidade, isso não a priva de desejar e promover uma prole, cria, filhos perfeitos.

Um homem alto namora uma mulher baixa, um homem gordo namora uma mulher magra.
Um homem de nariz pequeno, namorar uma mulher de nariz largo.

Inconscientemente, as pessoas são atraídas pelo oposto. Por que reside no oposto a ideia de perfeição. Para produzir um filho que não tenha o mesmo queixo grande e feio, nariz torto e engraçado, boca grande e estranha é necessário encontrar um parceiro que não tenha as mesmas características, logo busca-se o oposto. Caso você pergunte a elas se foi por esse motivo que escolheram seus parceiros, eles irão negar de todas as formas, porém, Schopenhauer percebeu que foram enlaçadas, enroladas e enganadas pela armadilha que a natureza nos prepara, conhecida pelo nome de amor.

Schopenhauer com sua metafisica do amor, tirou todas as esperanças dos amantes, trovadores, músicos, poetas e apaixonados. Pois, segundo sua visão o amor não tem relação alguma com a felicidade, mas ele pode ser considerado uma meta na vida. Mas isso seria absurdo para algumas pessoas. Elas chorariam ao saber que a razão pela qual dedicaram suas vidas é um engano.

Por que então, o pessimismo parece ser o melhor conselheiro? a resposta é muito simples. O motivo é que ele sempre irá dizer o que é mais provável.

É sempre mais provável que a pessoa ao qual nos relacionamos nos traia, que sejamos despedidos do emprego, que nossa saúde enfraqueça, que nossas amizades irão embora, que nosso dinheiro irá se esgotar rapidamente, que a juventude vai passar sem ser aproveitada. Que cada dia que se passe será pior que o anterior, esse ciclo irá se repetir até que o pior de tudo finalmente aconteça.

Historicamente o pessimismo sempre foi um bom conselheiro. Quando Hitler assumiu o poder na Alemanha, começou a empreender uma série de mudanças que de forma gradual iam demonstrando seu ódio ligado a judeus e outras minorias. Um bom exemplo foram as leis que proibiam o casamento de judeus com não judeus, alguns locais que não permitiam a entrada e a livre circulação de judeus, a proibição de judeus em faculdades, universidades e cargos públicos. Todos os judeus que de imediato enxergaram que isso era pernicioso, problemático, injusto e que resolveram fugir da Alemanha e começar novamente em outros países se salvaram.

Isso não se seguiu com aqueles que achavam que tais politicas nazistas seriam algo temporário, passageiro e acabaram tendo um triste fim. Holocausto, miséria, perseguição, discriminação, opróbrios...

No momento em que não mais confiamos, necessitamos e depositamos nossa fé nessas ilusões, acontece o que Schopenhauer defendia.
Que saibamos aproveitar o que é verdadeiramente bom e importante na vida. O estudo, a música, arte, pesquisa, criação de pensamentos...

Para Schopenhauer a arte tem uma função especial e obrigatória em nossa vida, a de suavizar o nosso caminho, de reduzir toda essa carga de sofrimento.
Ele tem uma bela frase que resume esse importante papel "A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida, e que se desenvolve para suavizá-la".

Dessa forma, desconfiemos das esperanças, das ingenuidades que as pessoas nos prometem e que nós prometemos a elas, dos paraísos a serem alcançados. E aproveitar de forma verdadeira aqueles poucos segundos de beleza que existem no tormento, na tempestade e no pesadelo que é a existência.

Existe beleza na tragédia.

- Elizeu Eufrasio.





terça-feira, 12 de abril de 2016

Que falta faz um Voltaire.

Cada sociedade precisa de seu Voltaire.


Meus queridos leitores, o homem que escolhi para falar e homenagear hoje, é para mim um grande herói e professor. Ninguém menos do que o fenômeno da literatura francesa: Voltaire.
Voltaire, foi um desses homens que estava á frente de seu tempo, viveu no século XVIII.
Era defensor de que o Estado se mantivesse separado da religião, já que sua sociedade os mantinha unidos.
Era defensor da liberdade de imprensa, enquanto sua sociedade apoiava a censura e o temor.
Era a favor da propriedade privada ao mesmo tempo em que sua sociedade defendia a intervenção estatal.
Defendia a tolerância religiosa das garras das religiões.
Voltaire, sofreu inúmeras humilhações, opróbrios, perseguições, prisões e ameaças por sua defesa da liberdade, tolerância, individualidade.
Foi um dos autores mais lidos na Europa por inúmeras almas sedentas de liberdade. Como a vida é cíclica, no mesmo local em que Voltaire foi por diversas vezes ameaçado e condenado. É considerado hoje um dos mais importantes filhos que a França já teve, quem estava errado?
De um lado uma monarquia decadente, um clero sem dignidade e moral. De outro, um pensador brilhante e inteligente. Na sociedade existia um clero que fazia o oposto do que pregava e ao mesmo tempo um pensador que não somente cobrava como expunha os exageros que cometiam.
É radical demais defender a liberdade? a independência? a tolerância? será que esse quadro não está se repetindo atualmente?, o Brasil é um país em que os empresários sentem medo de questionar e ir contra o governo, qual o motivo?
O motivo é muito simples, são reféns do Estado. As poucas pessoas que possuem coragem de ir contra e assim o fazem, são vistas pela maioria da população como traidores, rebeldes e enganadores. Talvez, seja este o motivo que fez com que tantas pessoas inteligentes e de potencial tenham-se furtado do debate, da politica, da economia e da sociedade.
Precisamos de alguém como Voltaire, alguém que entenda que aquela frase"A aderência á lei é o que nos torna livres" não faz sentindo algum. É basicamente a mesma coisa que falar que a aderência do escravo ao chicote de seu patrão o torna livre, ou que a aderência da vaca a sua cerca é o que garante a sua liberdade.
O Estado produz leis que são perfeitas para seus livros, constituições, obras porém tristes e depravadas para a sociedade humana. A maior parte das leis da vida não estão presentes em nenhum desses livros, artigos e sim registrados no coração humano, tão verdadeiras e eficazes que nunca foram escritas.
Se alguém perguntasse a Voltaire, se ele ficou satisfeito com a vida errante, preocupante e perigosa que ele viveu, provavelmente a resposta seria um sonoro "Sim". A liberdade não tem preço, ela tem valor.
E esse valor é incalculável; os erros, os exageros, as percas que acontecem em nome da liberdade são apenas a maior prova de que "Mais vale viver uma vida triste em busca da liberdade, do que viver em conforto e na segurança de uma prisão".
Se não houver novos Voltaires no Brasil, a liberdade está condenada por aqueles que acham justo um governo corrupto, uma economia falseada, um país que se orgulha de não ter liberdade.













-Elizeu Eufrasio.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

O capitalismo salvou a humanidade.

Louvem a liberdade.

Alguém já ouviu falar em Adam Smith? ele é basicamente o pai da economia moderna, atuou como professor na universidade de Glasgow( Escócia). A humanidade tem uma divida eterna para com muitos homens e especialmente para com este.
Adam Smith descreveu a natureza humana de forma simples, objetiva e verdadeira. 
"A natureza humana é individualista".
Boa parte dos pensadores foram otimistas, românticos em relação a humanidade, porém a ação que as pessoas desempenhavam em sociedade quase sempre não correspondia ao que foi escrito e pensado. Adam Smith, acreditava que as pessoas agem em beneficio próprio, sempre se perguntam se levarão vantagens ao entrar em um negócio e caminham pelo mundo buscando realizar seu interesse individual. 
Essa visão é muito presente no sentido econômico. Ou seja, um produtor de pão não fabrica seu produto para fazer o bem as pessoas, ele está buscando a satisfação de seus desejos, a realização da sua vontade individual em detrimento da vontade coletiva. 
Quando o produtor trabalha dessa forma, ele indiretamente motiva os outros produtores a também procurarem melhorar(Competição) a qualidade de seus serviços ou produtos, resultando na melhor eficiência e na queda dos preços. É como se uma mão invisível regulasse o mercado por ele próprio, não necessitando da intervenção do Estado na economia. Como os leitores podem ver, as razões que levam um produtor a melhorar a qualidade de seus produtos, também influenciaram toda a sociedade. Acabou ajudando as pessoas de uma forma muito melhor do que se este fosse o seu objetivo. 
Adam Smith escreveu um livro chamado "Teoria dos sentimentos morais", onde ele explica que o egoísmo não é algo errado. Mas, é fácil perceber que vulgarmente tem sido ensinado nas escolas pelo mundo afora, especialmente no Brasil. Assim diz ele, " O ser humano por natureza tem empatia mas, se eu te dissesse que amanhã o senhor perderia um dente ou um dedo, isso lhe traria mais transtorno do que se você soubesse que amanhã haveria um terremoto na China". É natural que tenhamos mais cuidado para com aquilo que está dentro do nosso círculo de preocupação e preservação.
Percebem o quanto essas ideias de Adam Smith são verídicas e se encaixam nas pessoas? basicamente foi isso, essa honestidade para falar da humanidade que também fez com que suas ideias econômicas e o capitalismo funcionasse, melhor até que qualquer outro sistema que já foi inventado.
Algumas pessoas irão falar que o capitalismo mantém privilégios sobre uma parcela da sociedade, enquanto uma grande parte continua alienada, pobre, afastada de todo esse conforto. 
Historicamente falando, a humanidade sempre foi muito pobre. O povo sempre foi a maioria e sempre esteve distante das decisões, tinha como única função o pagamento de impostos. Porém, pela primeira vez na história da humanidade, cria-se um sistema onde o individuo não precisa ser sacrificado pelo grupo, é autônomo e livre para escolher os caminhos que deseja( Mesmo que eles sejam perigosos e ruins), já que ninguém sabe ou deve determinar o que é melhor para eu ou você.
Sendo um sistema que tem como base o individuo, entende-se que ele e apenas ele pode criar riqueza em uma sociedade, cada pessoa carrega o seu capital humano. O capital humano são nossas qualidades individuais: Tocar violão, ser esforçado, dedicado, diligente e estudioso. Ou seja, são basicamente as nossas características que nos constituem e podem nos gerar algum valor. 
Cada pessoa é um universo em si próprio, dessa forma alguns terão talento para natação e outros nem tanto, alguns para o desenho e outros nem em sonhos. Cada pessoa agindo naquilo que é melhor vai aos poucos melhorando sua própria capacidade e sem perceber desenvolvendo o segmento que está alocada.
Dessa maneira o capitalismo desenvolve uma ideia radical, a de que a riqueza e a pobreza não provém de castigos ou recompensas divinas, mas da capacidade de cada ser humano. E a maior parte das pessoas pobres apenas terão chances ou oportunidades na medida em que o sistema em que estão presentes seja cada vez mais livre e independente. 
Um exemplo básico de como o comércio destrói privilégios aconteceu no século XVIII. Algo que era comum na vestimenta dos homens aristocratas( Nobres) da época era o uso dos culotes ou "culottes" na expressão francesa. Uma espécie de calça-calção, apertado do joelho a ponta do pé. Como podem ver na foto abaixo.
"Culotes"
Os burgueses começaram a fazer o que seria o capitalismo no futuro, trocas, negócios, comércio. Inúmeras pessoas se beneficiaram, justamente pessoas que não descendiam da nobreza, não tinham sangue nobre e aos poucos estavam usando cada vez mais essa tipica vestimenta dos nobres. 
Esse feito foi tão desagradável para os nobres e para o rei, que em um determinado dia, um secretário do rei disse da seguinte forma "É melhor não permitir esse povo fazer comércio, daqui a pouco a gente não conhece mais eles".
O capitalismo estava destruindo privilégios, algumas pessoas nunca perceberam que estão atualmente rodeados de bens materiais que eram raridade em séculos passados. Um conjunto de copos de vidro tinha um valor muito maior que atualmente, durante a revolução francesa um grupo chamado "Banda Negra" tinha o costume de se apossar de terras, castelos e propriedades de nobres que foram expropriados com o único objetivo de troca-los por outros bens, dentre esses bens estão: Conjuntos de copos de vidro, talheres de ferro..., hoje em dia qual casa não possui esses bens?
O mesmo se repete com a meia de seda, algo que era exclusivo para os nobres e ricos( Eles sofriam as vezes com ausências desse produto), hoje o que é uma meia de seda? o capitalismo massificou a sua produção. Uma pessoa comum hoje vive com mais conforto que um rei do período feudal. 
Nunca se teve tanto registro do povo adquirindo, comprando, consumindo, satisfazendo-se como ao começo do século XIX até os dias do nosso século XXI, que coincide com o nascimento e desenvolvimento do sistema capitalista.
O capitalismo vai parar de evoluir? muito pelo contrário. Um economista da primeira metade do século XX chamado Joseph Schumpeter. Acreditava que a falência, bancarrota era a prova de que o capitalismo é um sistema dinâmico e que funciona. 
"Joseph Schumpeter"
Para exemplificar esse pensamento, o economista criou uma teoria na qual ele batizou pelo nome de "Destruição criativa". De forma sucinta e breve ele queria dizer que existem e irão existir transformações na sociedade.
Exemplos: Antigamente utilizava-se muito a carroça, lampião, maquina de escrever( Datilografia)..., porém a criação do carro por Henry Ford, as pesquisas desenvolvidas sobre eletricidade por Benjamin Franklin e a expansão dos computadores por parte de pessoas como Steve Jobs, Bill Gates e alguns outros tornaram esses equipamentos esquecidos, ultrapassados, velhos. 
Sem duvida, isso foi terrível para com os profissionais que viviam sobre o oficio dessas máquinas, agora tente imaginar como seria ainda mais terrível que se pelo bem dessas pessoas que sofreram e tiveram suas vidas destruídas; o carro, energia elétrica e o computador fossem proibidos. Se pelo bem daqueles que foram a falência, bancarrota o progresso tivesse que ser interrompido, haveria algum desenvolvimento, progresso na sociedade humana?
Trazendo aos dias atuais, é basicamente o que os taxistas estão tentando fazer com o aplicativo do Uber, sendo que todas as pessoas que usaram esse aplicativo deixaram inúmeros elogios, o que não se segue aos taxistas comuns( Preço alto, qualidade questionável, sem inovação). O mesmo com as Tvs por assinaturas e a Netflix, as companhias corporativas de telecomunicação e sua perseguição ao WhatsApp. 
Todos esses serviços ofereceram preço baixo, boa qualidade e eficiência. Enquanto os "concorrentes" choram para que esses serviços alternativos sejam regulamentados pelo Estado, pois sabem que quando isso acontecer não terão mais nenhuma preocupação com seu emprego burocrático e seu serviço de baixa qualidade, pois o concorrente foi submetido as mesmas tristes condições.  
O capitalismo salvou a humanidade em inúmeros aspectos, os séculos que estão se aproximando serão apenas o palco da demonstração, do que os indivíduos nesse sistema poderão criar e desenvolver. 

- Elizeu Eufrasio.




domingo, 10 de abril de 2016

Imposto é roubo.

Alguém ainda tem dúvida de que imposto é roubo?

Muitas pessoas acreditam que o Estado e os impostos são condições naturais e por isso não devem ser questionados, Porém, não somente o Estado não é legitimo como o imposto é uma forma de roubo.
Qual é a origem do Estado? existem muitas teorias acerca do nascimento dessa instituição. 
Alguns pensadores como Nietzsche, David Hume e Franz Oppenheimer acreditavam que o Estado nasce da conquista, um grupo militar e armado invade um território, impõe suas leis, rouba propriedades e as pessoas dominadas acabam obedecendo por coerção( Força), que é imposta por aqueles que comandam o Estado.
O Estado portanto, é sempre o monopólio do poder e da força, quase não se encontra outras forças na sociedade que possam combate-lo e ser opostas ao Estado. Ou ele elimina todas as forças ou elas se alinham e se tornam aliadas dele. 
A origem do Estado é sempre da forma mais nojenta, crua e insensível que se possa imaginar. Como então ele se mantém? Ele utiliza o imposto. Quanto mais Estado maior o imposto(Tributação) que ele irá cobrar. A palavra "imposto" já fala por ela própria, foi algo imposto que na maior parte dos casos, não houve consentimento ou acordo de permitir que o Estado se aproprie, roube parte da produção dos indivíduos.
Talvez, algum defensor do Estado argumente que o imposto é necessário para realizar obras, construções e criações de projetos na sociedade. E esse pensamento até seria válido se o Estado fosse o único órgão, instituição, que realizasse essas funções. Porém, inúmeras empresas privadas podem fazer tais funções e em grande parte com muito mais eficiência. 
Qual a diferença do Estado e de uma empresa privada? o Estado presta direitos enquanto a empresa privada presta serviços. O direito é obrigatório e o serviço é facultativo, arbitrário. O serviço de uma empresa só é prestado quando as pessoas pedem por ele e no momento em que ele não é mais necessário ou não está agradando, pode ser facilmente renunciado, e a pessoa livre para optar pelo serviço de outra empresa. 
O Estado não tolera isso, se a educação, saúde, segurança, transportes estão ruins, o cidadão não é capaz de alternar. As pessoas que pagam planos de saúde, tem filhos em escolas privadas, mesmo não usando os serviços do Estado ainda são obrigadas a pagarem impostos para fazer com que o Estado sobreviva. Enquanto as empresas só cobram quando acionadas pelas pessoas o Estado rouba mesmo que sem o consentimento delas. 
Outro motivo que torna o Estado ilegitimo é que ele vive do dinheiro do imposto, ele não produz nada, longe de garantir a existência dos outros é na verdade dos outros que ele retira a dele. E como todos sabemos bem, um Estado não pode viver de pouco(Dinheiro), já que ele precisa sustentar políticos, funcionários e toda a sua burocracia. 

- Elizeu Eufrasio. 



sábado, 9 de abril de 2016

O socialismo é impraticável.

O socialismo só funciona nas torres de marfim.

Durante um debate sobre socialismo é comum ouvir aqueles que o defendem falar uma frase que já se tornou um mantra dos sectários dessa ideologia. " Marx foi deturpado." Afinal, Marx foi mal interpretado?
Sobe o que consiste o socialismo? não teria Marx escrito uma teoria que não se aplica ao espirito humano? O fato é que inúmeros países adotaram as ideais ou boa parte delas, a semelhança entre eles é basicamente uma: Ausência de liberdade econômica. Apenas isso? não, a ausência da liberdade econômica resulta na perda de todas as outras. 
O pensador e economista Hayek fez uma constatação brilhante ao perceber que é possível ter liberdade econômica sem ter liberdade politica, mas, o inverso é impossível.
 Alguns países ao decorrer do tempo atingiram uma certa liberdade no campo da economia mas no campo politico isso não se seguiu, temos o exemplo de Singapura, Hong Kong e Chile( Ditadura de Pinochet), foram locais que prosperaram economicamente porém no âmbito politico a situação era perniciosa, abjeta e deletéria. Infelizmente, quando lançamos o olhar para países como a Argentina( antes da entrada de Macri), o governo centralizava ou monopolizava o recurso do papel( Viés econômico) que dessa forma impedia que os jornais, revistas e panfletários pudessem se manifestar contra, lançar criticas e insatisfações ao Estado( Viés politico).

Bakunin, criticou as ideias de Marx.
Bakunin, foi um pensador anarquista e contemporâneo de Marx que teve contato direto com ele durante a comuna de Paris. Bakunin, não conseguia entender, por que no socialismo o Estado é preservado? ele argumenta que Marx fez um erro gigante ao afirmar que deveria existir uma espécie de Estado proletário ou melhor falando ditadura do proletariado. 
Pois, se o Estado não é liquidado após a revolução, ele de alguma forma vai recrudescer, renascer e mesmo que de forma incompleta vai iniciar uma nova forma de opressão. E não importa qual seja a classe, pessoas que estejam dirigindo o Estado durante esse período. 
É bastante otimista acreditar que os tecnocratas irão simplesmente trabalhar diretamente com o monopólio do poder e não se deixar influenciar sobre isso.
Somos seres corrompíveis e o poder corrompe, dessa forma Bakunin, finaliza o pensamento com a seguinte frase "Se você pegar o mais ardente dos revolucionários, dar poder absoluto a ele, assim em um ano ele será pior do que o próprio Czar". É obvio que o Estado tendo poder de desempenhar todas as funções ele irá ter mais e mais poder sobre sua população e será cada vez mais complicado retira-lo desse cenário.
Talvez, esse seja o motivo do Estado no socialismo nunca ter findado para que o comunismo dito "real" pelos marxistas acontecesse. Por que não tem como acabar com o Estado engordando-o, inchando-o, dotando de grandes poderes e responsabilidades. Os revolucionários que assumiam o poder do Estado, pós-revolução, acabavam por tornar-se ditadores piores que os anteriores, vide: Robespierre, Stalin, Fidel Castro, Mao Tsé-Tung...
Outra característica que torna o socialismo algo maligno para os indivíduos é sua capacidade de fomentar celeumas, contendas, brigas..., algo que na obra de Marx é essencial, conhecido pelo titulo de "Luta de classes". Cria-se uma divisão artificial entre Homem e mulher, Homossexual e Heterossexual, Negro e Branco, Trabalhador x Patrão. Seguindo, dessa forma aquela velha máxima romana "Dividir para conquistar", deixando uma sociedade rachada e dessa forma fica muito mais fácil domina-la ou no caso fazer a dita revolução socialista.
Coletivistas são pessoas que dentre inúmeras características que compõe o individuo, escolhem uma e apenas uma característica e a tomam como um todo. Por exemplo, o local onde o individuo nasce, a classe social, "raça"( Conceito não cientifico). E a partir disso, ele vai segregando a sociedade com o seguinte pensamento, todos aqueles que são da minha nação são meus aliados contra todos aqueles que são de uma outra nação( Nacionalismo xenófobo). Todos aqueles que são da minha classe são meus aliados, contra a classe contraria( Coletivismo de classe), Todos aqueles que são da minha "raça", são meus aliados contra todos aqueles de uma "raça" diferente( Coletivismo de raça).
Dessa forma, as pessoas são vistas como uma mera peça em um tabuleiro de xadrez, movimentado ao bel-prazer de um construto maior, seja ele a raça, nação ou o empoderamento da classe social.
A máxima marxista de que a sociedade produziria mediante " De cada qual, segundo sua capacidade: a cada qual, segundo suas necessidades". Cria-se uma sociedade onde aquele que produz com eficiência, que tem grande habilidade meritória acaba sendo visto como o vilão, por conta de improfícuos e ociosos que não produzem o que necessitam, obrigando dessa forma aos mais produtivos a ter de produzirem pelos que menos produzem.
A frase que resumiria essa sociedade é " Quem não chora não mama", pois, se uma pessoa faz birra, quanto mais ela chora e grita, outra terá que trabalhar para realizar os "direitos" que essa pessoa reivindica. 
O socialismo é um modelo que mata no campo social e econômico. Não temos um exemplo de país bem sucedido que usou e utilizou as ideias de Marx e companhia. Mas, temos uma lista de países que se abriram ao livre mercado e até hoje são símbolos de liberdade e prosperidade. O que resta é eliminar o socialismo que aparentemente deu certo nas Faculdades, universidades e Escolas brasileiras. Onde inúmeros professores jurássicos fazem proselitismo dessa teoria que deveria está registrada apenas em museus...

- Elizeu Eufrasio.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Onde está o erro de Rousseau?

Os erros de Rousseau.

Alguém já ouviu falar no mito do "bom selvagem"? falando rapidamente e de forma simples é uma teoria desenvolvida pelo pensador Suiço Jean- Jacques Rousseau que a desenvolve em seu livro " Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens". 
Rousseau argumenta que o homem em sua natureza, ou integrado na natureza não possui desejos de violência, maldade, ambição. Ele é basicamente um ser idílico, puro, bondoso e um ser sem objetivos escusos. 
Em seguida, o autor argumenta que quando a sociedade ainda não estava formada a propriedade coletiva garantia não somente a liberdade como a bondade, e saúde dos indivíduos. Tudo desandou quando um homem circundou um pedaço de terra, ou seja, teve a noção de propriedade privada porque segundo Rousseau, homens que tinham propriedades criaram e legislaram leis sobre aqueles que nada tinham. Onde está o erro de Rousseau?
Quando pensamos na natureza humana, inúmeras teorias podem vir a mente. Mas, utilizando a observação, podemos logicamente refutar as ideias propostas por esse pensador. Primeiro, inúmeras tribos indígenas possuíam e possuem traços em sua cultura que deixaria o mais bárbaro dos Vikings amedrontado. O costume da androfagia, antropofagia( canibalismo) é quase uma regra a ser estritamente seguida por tais indivíduos e tribos. Qual sociedade civilizada tem ou manteve esse hábito? nenhuma. 
Esse hábito é um degrau a baixo da racionalidade e um acima da irracionalidade, esse traço étnico caminha ao lado da barbárie e se distancia da civilidade. Antes dos portugueses embarcarem no Brasil havia sem dúvida inúmeras tribos, mas a maior parte dessas tribos não eram amigáveis, eram na verdade insociáveis, Leandro Narloch em seu livro " Guia politicamente incorreto da história do Brasil", aborda uma questão bastante interessante. Assim como em Esparta as guerras, violência e o militarismo significavam a justificativa da existência daquela sociedade, os Aborígenes, indígenas encontravam na conquista e na submissão de seus inimigos a alegria de suas vidas, eram pessoas que tinham prazer e na verdade encorajavam os mais novos a desenvolverem esse hábito, matar outros homens era um símbolo de virilidade, não somente recebendo respeito como direito a possuir várias mulheres. A natureza humana mesmo estando integrada na natureza, não era tão boa assim, não é mesmo?
 Segundo ponto, a propriedade privada é o mal da sociedade?, David Friedman é um grande pensador de cunho libertário, que inclusive é filho do economista Milton Friedman. Em seu livro " The Machinery of Freedom- As engrenagens da liberdade" ele argumenta que os Tigres possuem uma forma de viver muito estupida. Eles geralmente se amontoam em um local abundante de recursos que eles nunca irão utilizar. Toda e qualquer vez que um outro Tigre de outra tribo ou nômade invade seu território o desfecho dessa ação é a morte. É uma relação desarmônica pois, ambas as partes desse processo não saem ganhando, a maioria das vezes resulta em prejuízo para todos que estiveram envolvidos. 
O mais interessante é que a propriedade no mundo animal e na visão animal, não é privada, existe um sentimento inconsciente de que tudo é coletivo, pertence a todos.
O que a humanidade percebeu há séculos anteriores que os diferenciou dos animais? que existem trocas voluntárias, digamos que exista uma tribo X que produza trigo e uma tribo Y que possui em seu território um rio( Abundancia de peixes). Ambos sentem interesse no recurso que existe na outra tribo, e tem a consciência de que não devem exaurir, esgotar o seu recurso natural. 
É mais valoroso portanto fazer trocas. Ambas as tribos saem ganhando, já que recebem o produto que tanto desejavam e pouco tinham condições de produzirem sozinhas, e esse processo só é possível através do reconhecimento da propriedade privada. Em economia chamamos isso de " Vantagem absoluta", é quando uma nação se especializa em produzir um recurso para obter vantagens já que não é apta a produzir tudo aquilo que necessita ou deseja.
Aristóteles, em seu livro " Politica", descobre que a função da propriedade privada é de bem público, por que de todas as formas de organização é ela a que mais trás segurança ao maior número de cidadãos. E sua preocupação, o seu esmero com a sua propriedade faz com que aconteça um escoamento, que as outras pessoas também procurem defender e preservar a propriedade delas. O que é diferente em uma propriedade coletiva, na qual ninguém sente o interesse de preservar, proteger, instigar o desenvolvimento e sua proteção, Exemplos: Rios, Parques públicos, Praças...
Tudo que possui sua finalidade no coletivo ou está plenamente a serviço da coletividade é ao mesmo tempo de todos e de ninguém, diferente da propriedade privada que sempre conta com um desejo de prolongar a existência, defender e desenvolver tal propriedade. 

- Elizeu Eufrasio. 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

O valor é subjetivo?

Afinal, as coisas possuem valor objetivo ou subjetivo?
Essa é uma pergunta que permeou o debate por séculos talvez por grande parte da história da filosofia e da economia. Pensadores como Adam Smith, Karl Marx e alguns outros acreditavam que as coisas possuem um valor objetivo( O tempo, esforço e dedicação determinariam o valor das coisas). Por exemplo, se para cortar a carne de um boi é mais necessário esforço, dedicação e tempo do que para cortar a carne de uma galinha, logo o preço da carne do boi valeria mais do que a da carne da galinha, porque foi necessário mais dedicação e isso amealhou, acrescentou valor ao produto. 
De outro lado, temos alguns pensadores que defendem que o valor das coisas é subjetivo. A ideia de valor subjetivo é basicamente acreditar que as coisas tem valor no mundo e em nossas vidas de acordo com a necessidade delas em nosso cotidiano, trabalho, vida social, enfim, tudo seja material ou imaterial não tem um valor intrínseco próprio mas recebe um valor de acordo com sua necessidade e demanda por parte das pessoas.
Mises foi um economista e professor universitário que em suas obras analisou o famoso "paradoxo do diamante". O diamante é sem dúvida uma pedra de valor precioso, dizer que tal famigerado adorno não é valioso é basicamente desconhecer a natureza humana e seu egoísmo natural. Entretanto, durante seus estudos algo bastante singular foi captado. Qualquer ser humano seja abastado ou membro do populacho pode vir a passar dessa vida sem um diamante mas a ausência do pão nela é inadmissível. Ou seja, o pão tem de forma endógena, inata, imanente um valor muito inferior ao do diamante mas a necessidade humana necessita mais de pães que de diamantes, fato que faz com que a pedra preciosa não seja algo de valor insubstituível enquanto o pão tenha um valor essencial na vida e no desenvolvimento das sociedades.
Porém, a afirmação de que o valor das coisas é subjetivo não é algo moderno. Muitos creditam essa descoberta ao economista da escola austríaca: Eugen Von Bohm-Bawerk. Porém, o Teólogo e filosofo Santo Agostinho, já havia tido feito essa observação em um de seus monólogos que está registrado em seu livro " De Civitate Dei". Onde ele elabora um esquema, hierárquico magnifico para descrever essa ideia. 
Existem 2 formas de determinar o valor das coisas, a primeira é uma forma Teológica( Religiosa). A classe mais baixa dessa hierarquia é a pedra e acima dela está o rato, acima do rato o macaco e acima do macaco o homem, por sua vez acima do homem o anjo e acima do anjo está Deus. 
A outra escala hierárquica é baseada na sociedade, nos homens e em suas necessidades é de forma resumida uma hierarquia social( Humano). Nessa escala o Ouro tem um valor muito precioso porém o Ouro é uma pedra e na escala anterior ele está abaixo do rato entretanto, nessa escala humana o Ouro tem um valor superior acima do rato, talvez por que as pessoas prefiram adornar e usar de enfeite em suas casas Pedras como o Ouro do que usar enfeites como ratos. 
Observemos que Santo Agostinho, percebeu claramente que embora teologicamente e de uma forma religiosa um ser vivo como o Rato possui um valor superior do que uma pedra( Ouro), porém estamos falando da sociedade humana que tem como base para determinar o valor das coisas a sua necessidade acerca delas. Dessa forma o Ouro possui um valor subjetivo superior ao valor objetivo da vida do Rato.
É ululante dizer que as coisas possuem valor subjetivo, basta analisar a sociedade e chegar de fato a essa conclusão. Lembrando-se sempre que esse valor é mutável e transitório já que as necessidades humanas são efêmeras, passageiras e mudam semana após semana, ano após ano, séculos após séculos...

- Elizeu Eufrasio. 



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